- Check my paranoia -

terça-feira, junho 28, 2005

Calor da Peste

Aqui está muito calor agora... afe... tou tostando........................ tá um calor de ir e ficar o dia inteiro na praia, meu Deus!! Parece o nordeste, um calor abafado, úmido que te envolve por inteiro como um forno acariciando e tostando uma bela pizza, por todos os seus ângulis.
Quem disse que no Canada nao faz calor? Aqui o clima é da peeeeeste meeeesmo! E tem até praia!!! A província de Ontario onde moro nem fica no litoral mas tem sua praia!
São as famigeradas (bem, nem tão famigeradas assim, na verdade nem um pouco famigeradas) praias de lago.
Como assim praias de lago? Veja na figura um zoom demarcando minha cidade cercada por 3 grandes lagos: Erie, Ontario e Huron.



Esses lagos mais alguns outros constituem a famosa região dos Grandes Lagos. Eles são enormes, parecem mar mesmo, não parecem lagos. Eu sei que vocês devem estar pensando que já viram um grande lago, pensam numa praia fajuta, como se o lago do Ibirapuera, e para convencer os mais céticos, seguem aqui algumas fotos das praias daqui. Parecem mar mesmo! :O De água doce! Deve ser bem loko, com certeza vou lá, só não tem água de coco e aquele camarãozinho tostado!




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Aspirações

Algum dia vcs quiseram passar aspirador na casa e se cansaram de levar o trambolho do aparelho de lá para cá?

Não?!?!

Tudo bem, mas não faça essa cara-de-não-é-comigo porque isso um dia pode ocorrer com...

VOCÊ! Sim, você mesmo, lendo preguiçosamente este post ao invés de estar lá aspirando aquele canto sujo.

Aqui em casa não tem esse problema graças a um revolucionário sistema de aspiração, que une a comodidade do modelo de uso de energia elétrica com a praticidade do aspirador de pó convencional.
Aqui as paredes além de conter tomadas, plugs da tv a cabo, do telefone e da internet, elas também possuem uma espécie de tomada com uma tampa, em que você conecta o tubo do aspirador e ele começa a aspirar!!! ]
Tem um em cada canto da casa, basta levar o tubo do aspirador, plugar e pronto!!!!

Aspirar nunca foi tão fácil.

Chique do úrtimo :O


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Sobre o relacionamento à distância e uma metáfora típica do Canadá

Muitos podem ignorar, ou menosprezar, o efeito que a distância física tem sobre um relacionamento.
Mas é soda. Mais soda do que uma 7up misturada com uma Sprite. Mais soda do que pode imaginar sua vã filosofia.

Para explicar vou utilizar uma metáfora com exemplos típicos do Canadá. Imagine duas pessoas em um morro coberto de neve, uma estando na parte de cima e outra embaixo. Se a pessoa mais ao alto criar uma bola de neve e faze-la rolar morro abaixo, quanto mais longes elas estiverem, maior será a bola de neve que atingirá a outra pessoa, certo? (DETALHE: UMA BOLA DE NEVE CRESCE MUITO RAPIDO! VOCÊ COMEÇA COM UMA PEQUENINHA, E VAI ARRASTANDO... VIXE ELA FICA GIGANTE EM DUAS FRAÇÕES DE PALITOS!!!)

A distância total entre você e sua companheira(o) é exatamente esta distância entre as duas pessoas. A distância total representa as diferenças de ideais, objetivos, culturas, prioridades, pensamentos e etc. E é claro distância física.
A bola de neve representa os pequenos desentendimentos, que são frutos dessas distâncias.

Quando a distância é grande pequenos desentendimentos logo se tornam grandes bolas maciças de mais pura neve. E o pior, quando se está longe, não dá para resolver tudo com beijinhos :O :O :O

O meu relacionamento com minha Morzinha já passou por diversos testes de fogo: desde a convivência 24 horas por dia em um ambiente limitado, um minusculo quarto (que geram discussões como: "MEU DEUS COMO VOCÊ CONSEGUE FAZER TANTA BAGUNÇA EM UM ESPAÇO TÂO PEQUENO MENINO!!!") até essa distância de agora, intercontinental. Passando é claro pelo ritmo frenético, de um mochilão pela Europa em 45 dias.

Mas eu posso dizer que essa distância é certamente o teste mais brabo. Mesmo nos falando todos os dias, mesmo nos vendo por webcam, nós humanos necessitamos de contato físico. O que podemos fazer se estamos limitados ao nossos corpos e eles constituem nossa principal interface com o mundo?

Toda essa provação só me faz crer que nosso relacionamento tem uma base sólida, e que se existisse um selo ISO-9000 de relacionamentos, depois desses exaustivos testes, com certeza estaríamos aprovados.

Não aguento de saudadesssssssssssss, mas Morzin força na peruca que logo logo estaremos juntos!!! EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!!!!
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Falando nisso...

Minha irmã logo vem para cá com o namorado dela, o Douglas. Com eles vou visitar NY, Philadelphia, Washington, Niagara Falls, Detroit, Chicago, Toronto e é claro, a grande metrópole London (VER MAPA ACIMA). Depois, vamos nos encontrar com minha Morzin em Ottawa (que infelizmente só vai poder ficar uma semana) e vamos para Quebec, Montreal e Toronto de novo.

O detalhe é que vamos nos juntar também com o iraniano e seus pais que conhecemos em Southampton, e que morava no mesmo flat que nós (bem, eu era um mero clandestino lá). Vamos alugar uma daquelas mini-vans, e esperar que as diferenças de idade e costumes não sejam empecilhos!

SALAM! (OI!)

sexta-feira, junho 03, 2005

"Carlito, um articulador que deu certo" ou "A felicidade pode estar em uma escrivaninha"

Dois titulos são melhores do que um!

Desde a última vez que escrevi por aqui, muita coisa mudou e os assuntos se acumularam. Por isso o titulo duplo. Nem sei sobre o que escrever...

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Comecando pelo titulo mais recente, acabei de assistir o filme "Carlito's way" ou "Pagamento final" em português, com o Al Pacino. Esse filme lembra o famigerado "Articulador" porem com a pequena diferença de que ele é muito bom! É o tipo de filme que começa lento, e vai comendo pelas beiradas, e vai te envolvendo, e de repente quando acaba voce se sente como se alguem tivesse esquecido uma chapa de 10 kg de chumbo dentro do seu peito. Vale a pena, para quem não assistiu, mas aviso é um filme véio, tipo 93... do tempo em que éramos todos criancinhas e apenas tricampeões.

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Estou em uma casa nova, com room mates novos e recentemente com uma escrivaninha nova.

Quando me mudei, o meu quarto ainda não possuia móveis. No começo, havia apenas a escuridão, com um par de colchões. Depois trouxe a tv de 37 polegadas da casa antiga, e consegui uma mesinha de café que me serviu como escrivaninha por um bom tempo. Eu sentava no chão estilo japonês e usava o notebook na mesinha de café. Tudo perfeito, me sentia orgulhoso de estudar no estilo dos meus antepassados. Porém, minha coluna já acostumada com o estilo ocidental, reclamou e senti medo da minha avançada idade de 23 anos.

Então agonizei por bastante tempo procurando uma escrivaninha, que também coubesse no carro do meu room mate (veja próximo trecho), e achei em um lugar que vendia móveis usados, baratinho.

E minhas costas encontraram a merecida paz.
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Vamos aos meus room mates.

O primeiro é um chinês que é casado, cujo nome ocidental é Vinson, e tem um filho que mora na China. A mulher mora em uma cidade perto de Niagara Falls, e de vez em quando vem visitá-lo. Ele é um cara muito bacana, sempre me dá umas caronas no carro dele, e vou fazer compras com ele e talz. Todavia, ele tem o péssimo hábito de comer no quarto dele, o que acaba deixando o quarto dele com um cheiro meio inconveniente.... Tipo, as vezes eu sei que a porta do quarto dele tá aberta pq sinto o cheiro do meu quarto, isso que tou com a porta fechada!

O segundo é canadense, Geremy, fruto de uma extravagante mistura de pai tcheco e mãe filipina. Gente boa também, porém parece que ele faz a sombrancelha com pinça, o que me parece muito esquisito. Quem notou isso foi o Marc, eu pessoalmente não sei dizer se ele faz ou não, mas que ele tem um jeitinho meio suspeito ás vezes... ah... isso eu deixo para vcs pensarem.

O terceiro por enquanto é uma incógnita, temos um quarto livre, então quem quiser é 300 canadenses por mês!!!

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Outro dia foi assistir o Star Wars, que me surpreendeu positivamente, e conheci o cinema estilo "cinemark" daqui. Não que nunca tenha ido no cinema aqui, mas sempre ia em uns baratos tipo o da facul. Se eu falasse para voces que o tamanho da tela do cinema daqui dá no mínimo três do Cinemark, e que a sala parece um mini-estádio de basquete, vcs não iriam acreditar! E nem deviam porque a sala é igualzinho ao cinemark do Brasil.

As coisas tão muito globalizadas ultimamente mesmo. Ás vezes, aqui nem parece tão diferente do Brasil, ainda mais que tem feito um solzinho.
Mas então vc sai na rua e o bairro lembra uma Alphaville sem guaritas... As casas são todas sem cerca, com um jardim na frente, acompanhadas de uma tabela de basquete. Ê vida tranqüila, enquanto no Brasil país absurdo não da para se sentir seguro nem morando em apartamento ou tendo uma criação de leões em casa.

Outro dia presenciei uma cena que ilustra bem a diferença... Estou no onibus, ouvindo meu diskman, quando o ônibus pára para uma velhinha em seu carrinho motorizado entrar. A suspensão do ônibus abaixa ao nível da calçada, a velhinha entra manobrando de ré, o motorista se levanta, dobra os bancos da frente, a velhinha faz uma mini-baliza para estacionar :O e coloca um cinto para o carrinho não deslizar.

Meu deus, o dia que eu vir isso no Brasil eu sei que tá na hora de acordar. Primeiro que no Brasil, a velhinha não ia durar um segundo com o carrinho motorizado dela... "Ae véia dançou!"

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Falando em solzinho e calor, acho que os canadenses apreciam bem mais o sol. O pessoal ve sol, sai, se estende na grama, vai ler ao sol, impressionante como as coisas mudam aqui quando tem sol... Pudera, aqui não tem essa mordomia de sol o ano todo, inverno canadense nos olhos dos outros é pão francês saindo do forno...