- Check my paranoia -

terça-feira, janeiro 07, 2003

The begginning is the end is the begginning...


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(... continuação do post anterior)
chapter two - REFLEXÕES: A ONDA

A ONDA me pegou. Achei que não ia me pegar, mas pegou. E apesar da zueira meio indireta do Mars e do Frog (acham que eu não percebi?), não foi uma música que a ocasionou. A tão falada ONDA, é aquela onda de nostalgia que nos cerca nesse período de virada de ano, aquela coisa de se pensar no que se foi e o que vem pela frente, refletir sobre sobre as coisas que se passaram e pensar em suas atitudes e conseqüências... Ficar meio pipa mesmo, meio assim... Essa é a ONDA e duvido que você tenha passado indiferente a ela.

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Uma coisa que me fez pensar foi algo que parece realmente muito estúpido.
Estava eu afundando a bola de futebol americano, e sem querer a soltei e ela bateu na minha testa.
Nem doeu nada, mas burro como sou, fiz isso uma segunda vez só para aferir, e dessa vez doeu bastante.
Eu tinha soltado a bola do mesmo jeito (dessa vez de propósito), então por que os resultados tinham sido tão diferente? O que teria acontecido para doer daquele jeito? Afinal, todos os ingredientes da batida eram os mesmos, a mesma bola, a mesma água e a mesma testa, como o final poderia ter mudado tanto?
Afundei a bola do mesmo jeito algumas vezes, e intencionamente deixei que ela viesse a bater em minha testa, mas nenhuma vez doeu daquele jeito. Todas as condições eram iguais, mas daquela única vez tinha sido diferente, tinha doído bem mais do que nas outras. Não dava para reproduzir a dor porque havia algum fator que não dava para ser contabilizado... um fator meio aleatório que fazia a bola pegar de jeito, e que não dava para antecipar quando iria acontecer ou não.
Era uma coisa que eu já havia pensado que acontece na vida em muitas ocasiões. Há vezes em que fatos iguais nos machucam de maneiras muito diferentes. Não importa se a ocasião e o acontecimento são praticamente iguais, os resultados podem vir a ser bem diferentes por detalhes que não podemos explicar ou perceber. Ás vezes as mesmas pessoas podem nos machucar de maneiras diferentes fazendo a mesma coisa...
E não se sabe porque uma hora doí e outra não, apenas aceita-se. Há coisas que não se pode ter certeza se vai doer ou não, só se sabe depois, afinal temos que levar em conta sempre um ingrediente aleatório que cerca nossas vida, que se desdobra em cada peculiaridade e circunstância. Que transforma cada momento em único.

Como saber quando a quina da bola vai lhe pegar de jeito?
Acho que a explicação de ninguém controlar tudo que acontece consigo, e dos sentimentos serem imprevisíveis, me basta. Ponto final, simples mas satisfaz. Não tentar entender o que sentimos. Bom e barato.
Pense que o sentimento é como uma bola de futebol americano quicando, você nunca sabe para onde ela vai parar depois de bater no chão...
PÔ QUEM SERÁ QUE INVENTOU UMA BOLA TÃO ESTRANHA??????????? affe....
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Imagine que você fique com uma daquelas castanhas que vem no Cornetto, presa no dente e não consegue tirar. No começo parece bobagem, e você calmamente pergunta se alguém tem um mísero palito de dente, mas ninguém tem. Também, estamos dentro de um carro, no meio da estrada, chovendo, quem teria um palito no bolso? E o trânsito não ajuda, e faz você não quer parar em um posto só para pegar um palito de dente. O desespero aperta, você fica tentando tirar a bendita castanha com os dedos, mas ela não sai, ela está muito bem presa debaixo do dente do siso que está nascendo torto. Você procura algo que lembre um fio dental, tipo um fio solto na camisa, mas não acha. Fica cutucando com a língua até perder um pouco do paladar.
E a irritante castanha continua firme e forte.
A essa altura você já não consegue mais se concentrar na música que está tocando, e nem sabe se está com vontade de ir no banheiro ou se só quer aproveitar qualquer parada para procurar um palito de dente.
Você já não consegue tirar o pensamento da maldita castanha lhe enchendo o saco...
Ela já lhe dominou.

Se apenas você tivesse um palito de dente...

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RESOLUÇÕES DE ANO NOVO
Além da resolução e acordo coletivo entre eu, o Mars e o Frog de "NO MORE PIPAS..." (turum turum turum taramramram) há algumas resoluções pessoais.
Como todas as demais dependem da primeira abaixo, acho que ela é a mais importante de todas, e se conseguir cumprí-la está bom.

- Vou ser mais resoluto. Não vou mais parar para pensar se vou me arrepender depois, vou pensar se me arrependi... depois.

- Não vou procurar AMOR mas vou procurar AMAR, o que é bem diferente.

- E por fim, vou ser o mais imperfeito que a minha visão perfeccionista das coisas me permitir, e se possível bem mais do que ela me permitir.

Acho que três está bom... e já é bem difícil.