Ontem dormi no hospital com meu pai.
Fazia tempo que não dormia em um hospital, a última vez acho que foi quando meu avô ficou mal...
Não foi nada demais, meu pai fez uma micro-cirurgia para retirar um abscesso (espécie de furunculo) que inflamou. Um abscesso pode ser definido como uma espinha gigante.
Ele teve de ficar lá de sábado até segunda tomando antibióticos para prevenir quaisquer complicações. Foi algo leve, sossegado, mas que me afetou um pouco porque me fez lembrar da época em que minha mãe ia freqüentemente para o hospital, e me fez pensar em como naquela época eu nunca esperava que algo realmente ruim pudesse acontecer, o hospital era apenas para tratar males passageiros. Quando era criança nunca imaginava que um dos meus pais pudessem morrer sem que tivesse bem velhinho, sempre achava que essas coisas só aconteciam com pessoas distantes e em filmes, mas não comigo.
E talbeiz até hoje ainda estaria pensando assim...
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Quando meu pai foi para o hospital, achei que não era nada demais, afinal era apenas uma espinha gigante inflamada.. duh, mas quando a cirurgia que era prevista para durar meia-hora demorou umas duas horas, e meu pai não teve alta logo no dia seguinte, comecei a ficar bastante aflito.
Mas tudo estava bem.
Durante esse período de agonia, caiu a ficha de que meu pai está ficando velho. E isso me dá medo.
Quando minha mãe morreu, me surpreendi com a força que ele mostrou para sustentar eu e minha irmã, e como ele tomou as rédeas da família, ele que sempre me pareceu tão calmo e sossegado demais. O grande problema é que não sei se sou tão forte quanto ele, não sei...
Sempre me dei bem com meu pai. Contratempos à parte, eu sempre tive total liberdade para eu fazer o que eu quisesse, para fazer as escolhas que quisesse. Claro que ele ficava preocupado onde ia e me perguntava onde estava, essas coisas, mas nunca tivemos grandes discussões quanto a isso. Ele nunca questionou os horários que eu voltava para casa, os lugares para onde ia, ou mesmo quando não voltava para casa e acabava dormindo na casa de alguem. Também nunca dei motivos para ele desconfiar de qualquer coisa. Acho que minha liberdade de certa forma foi conquistada sem que eu percebesse.
Bem, meu pai é do tipo quietão, nunca dá para saber o que ele está pensando, se ele está bravo ou está chateado, mas quando ele realmente estoura, ele se faz notar.
Diria que é um tipo estranho, mas é meu pai e eu o adoro muito. No entanto, não escreveria isso se soubesse que ele leria. Não sei, não gostaria que ele achasse que gosto muito dele só porque eu disse para ele, ou porque ele leu o que eu escrevi, mas gostaria que ele soubesse em seu íntimo sem que precisasse lhe dizer isso. Não sei se demonstro isso, mas é isso que eu espero.
Não sei porque estou escrevendo tudo isso, não gosto de escrever coisas pessoais, pelo menos não assim explicitamente. Talbeiz para desabafar, talbeiz para deixar um registro de mim mesmo para o futuro e então, quando eu relesse isso, eu ver que eu sabia a preciosidade que eu tinha nas mãos e como, apesar disso, eu não fiz nada a respeito, apenas deixei o tempo passar.
Mas não vamos pensar nisso. Nem me perguntem se meu pai está bem porque ele está ótimo, talbeiz até melhor do que eu :P
Já disse, não quero escrever coisas pessoais, senão vai ficar parecido com o blog da minha irmã.... hauahuahauhauhauhau
E falando em irmã, também não queria dizer que estou com saudades dela me enchendo, mesmo porque não estou :P Ou estou?
Que droga... bem, vou parar por aqui porque como eu disse anteriormente, eu sei que ela vai ler isso. :P
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Outra coisa, relacionada com isso, que andei pensando é em como eu perco as coisas facilmente. Ou ás vezes apenas acho que perdi porque não as acho. Não sei o que acontece, em um momento estou com o papel do estacionamento na minha mão, e quando desço para pegar o carro ele desapareceu. Putz... isso acontece tanto comigo que, quando não estou achando algo, o pensamento "default" é "puuutz... perdi...", nem fico mais desesperado procurando porque sei que foi provavelmente foi isso que aconteceu. É impressionante, antes até achava que era um complô hauahuah uma espécie de conspiração, mas depois comecei a analisar melhor o que ocorre.
Cheguei numa hipótese mais plausível, acho que perco as coisas mesmo (duh!). Acho que o processo de perda acontece do seguinte jeito: lá estou eu fazendo várias coisinhas, pensando em várias coisas nada a ver e gradualmente começo a parar de prestar atenção no que estou fazendo e começo a viajar, pensar em várias outras coisas (isso pode ser percebido pelo olhar vago e a cara de bobo (bem, acho que nem pode ser percebido hauahuahuahau)) (parenteses dentro de parenteses rox hauahuahuauahau) e acabo esquecendo das coisas menos importantes no momento.
Não sei... acho que eu tenho uma tendência a perder as coisas, e não só pequenas coisas. Acho que isso pode ser estendido para o restante da minha vida em vários outros aspectos..."...it´s the impression that I get..."
Acho que me falta atenção para as pequenas coisas. Mas vou tentar melhorar, vamos ver se as perco menos... Não aguento mais perder papel de estacionamento ahuahauhauhauahua
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Tava lendo, mas que pipa essa conclusão.... vou melhorar um pouco:
Conclusão: Onde bai? Onde bai? Bai ficar parado?
Ah tá bom! Continua pipa... mas pelo menos escancaradamente pipa... hauhauahuahauhahuauah
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