- Check my paranoia -

quarta-feira, abril 24, 2002

Estou escrevendo direto do trabalho... aproveitando horário de almoço.
Ah! Ter de pensar logo depois do almoço (e ainda após ter ido comer na Pizza Hut) é uma crueldade. Um atentado aos direitos mais básicos da humanidade.
Mas tudo bem, eu faço um esforço.

Vou falar as primeiras coisas que aparecem na minha mente:
nah... nem deu certo. Pensei em muitas coisas e nem sei o que pensei primeiro.
É ruim escrever um blog assim de improviso, escrever bem rápido sem ter pensado em nada.
. . . . . . . . OPS! Consegui escrever algo a mais :D
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É os comentários ainda não voltaram. (Netcomments... sniff...) Estou com saudades deles... Percebi que é muito importante ter um “feedback”, ter resposta, comentários dos leitores. Essa troca de mensagem entre autor e público, esse diálogo, se torna grande parte da motivação e inspiração de se escrever um “blog”. Eu prefiro saber que vocês não estão gostando de nada: “Que pipa pepa o que pô! Que saco! Este blog é vários pentelhos...!” do que eu ficar nesse vazio, não ter nenhuma resposta, não ter idéia da situação. É melhor ser vaiado à não enxergar o público.
O ser humano vive de respostas à estímulos, sempre vamos nos acertando conforme o “feedback” que recebemos. Um dos mecanismos mais importantes para a vida de uma pessoa é a dor. Através dela sabemos os limites de nosso corpo, sabemos quando estamos nos machucando, e evitamos (ou não) nos prejudicar.
Mas a dor física não é a única dor que nos guia, há a dor emocional.
Se conseguíssemos nos tornar completamente frios, desligássemos nossos sentimentos e agíssemos exclusivamente por nossa razão, estaríamos mais aptos a sobreviver? Eu acho que não. Do mesmo modo que uma pessoa que não sente dor física muitas vezes quebra até alguns ossos sem perceber, as pessoas que fossem totalmente insensíveis à dores emocionais, acabariam por se quebrar inteiro por dentro e não sentiriam. Somente quando fossem olhar pra dentro de si é que viriam a caca, e essa hora talvez fosse tarde demais.
Por isso acho importante sofrer de vez em quando. Só para sentir o gostinho do que é estar vivo.
Ir, quebrar a cara, sofrer, chorar, se angustiar e depois se reerguer. “Life is goooood!”.
Esse processo é muito bom para acordar desse sono molenga do cotidiano.
Vou resumir um filme que eu vi que tratava mais ou menos desse assunto (seria muito interessante contar o filme inteiro, mas seria também muito longo). No filme tinha um controlador de vôo (interpretado pelo John Cusack) que começa a ficar meio neurótico (por uma série de coisas) e não consegue mais viver a vida normal dele. Para tentar resolver sua vida, ele vai atrás de um colega de trabalho com quem tinha brigado (por causa de suas mulheres, uma dela interpretada pela Angelina Jolie) e que por isso tinha fugido dele. Chegando lá, depois de conversar com ele, para “curar” aquela neurose, o colega o aconselha a pular no rio semi-congelado e ficar lá deitado. Ele não entende o propósito e se recusa. O colega lhe propõe outra coisa; os dois vão até o aeroporto e ficam atrás de um avião. Quando o avião decola, os dois são lançados para longe, e se esfolam todo.
Os dois totalmente estourados se levantam. O cara que estava neurótico, meio sem entender, se sente novo, se sente vivo novamente (um processo na literatura conhecido como catarse ou purificação, um evento que tipo “purifica” e renova os personagens, normalmente associado com chuva ou algo do tipo). Após essa experiência ele volta para casa e consegue finalmente viver sua vida normal.
O que esse filme tem a ver com o blog de hoje? Bom, caso você esteja se sentindo meio incomodado, entediado, vá e faça algo sem sentido, enfie a cabeça em um balde de gelo, desça uma escada de cabeça (não vale usar as mãos), tropece na esteira de propósito, coloque os pés debaixo de um ônibus, monte um "Clube da Luta", sei lá. Se rache com gosto e com vontade. Vá lá e quebre a cara meeesmo.
Lembre-se de depois se reerguer. Se tudo ocorrer bem, verá que a vida faz mais sentido.
O mundo está tão monótono, sem grandes causas para lutar, sem motivações maiores do que nossa individualidade, que faz bem passarmos por situações extremas (mesmo que forçadas), para vivermos.
É claro que isso é válido se você não encontrar sua dor própria no próprio cotidiano mesmo.
Mas enquanto vivemos nessa mansidão, vivendo a vida, pastando, papando capim, aos poucos vamos percebendo que a grama não tem mais sabor.
É bom dormir.
Mas é bom acordar de vez em quando.
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PS: Este blog não tem a intenção de estimulá-lo a cometer atos que proporcionem riscos à saúde. São especulações meramente hipotéticas para incitar algum pensamento, que não devem ser tratadas como verdade, ou como se fossem minha opinião. Não estimulo você a fazer loucuras mesmo porque sei que você não teria coragem... Senti que você é meio mariquinhas... Na verdade eu até DUVIDO que você faça algo do tipo.... franguinho... pff...
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“Ninguém me chama de franguinho!” - Algum McFly para algum Beef.
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Ah esqueci de dizer também que quando os comentários voltarem quero todo mundo comentando em todos os tópicos!! Quero uma inundação de comentários, uma chuva torrencial de opiniões diversas adentrando esse humilde blog!
“Não quero nem saber! Ah meu vai se f****, quem não escrever aqui pode passar no RH, que tá demitido!”.