Turning points
São Paulo é uma coisa de louco. Sábadão de puro sol, calor tenso de manhã para desidratar vários, e a tarde tudo se transforma em um temporal animalesco de granizos largos, gordos e pesados, do tamanho de pequenos pêssegos.
E essa chuva foi bem louca.
O que acontece é que ultimamente eu tava meio desmotivado, marasmado, sem idéias para postar aqui... Mas não sei o que foi naquela chuva de granizo, que me deixou muito feliz. Tipo, eu tava na casa dos meus tios vendo, e minha vontade era ir lá na chuva levar umas pedradas, só para ver como era, tipo, não é sempre que caem pêssegos congelados do céu... Eu nunca tinha visto granizos daquele porte... Mas tava todo mundo olhando, um monte de vizinho e familiares vendo o céu despejar sua fúria, e fiquei meio assim de ficar que nem um louco debaixo daquele temporal. Quem ia entender? Sai uma hora rapidinho e percebi que até que doía, mas nem deu para sentir muito.
Estava olhando aquela chuva de pedra e de repente começaram a brotar muitas idéias na minha cabeça, como se algo estivesse emperrado e a chuva tivesse desimpedido. Foi como um *click* só que silencioso.
Eu voltei para casa empolgado, com várias idéias, querendo chegar e postar um monte, mas quando cheguei a luz tinha acabado.
Ainda pensei em escrever sob a luz das velas, só para aproveitar, mas não é a mesma coisa. Não tou acostumado a escrever assim.. tipo, geralmente é no word, com winamp, icq, kazaa ligado. Deixei as idéias no freezer para escrever depois, dá mais tempo de desenvolvê-las também.
Uma coisa que eu fiquei pensando é que essa chuva de pedra lembrou para mim muito aquela chuva de sapos no magnólia, que é meio aquele processo na literatura (acho que se chama catarse) que funciona tipo como uma purificação dos personagens, um evento geralmente incomum, que marca um ponto de recomeço, uma virada para os personagens. Um turning point.
Eu fiquei pensando porque sempre pensei que isso só existisse meio que na literatura, e aí não sei se essa chuva realmente foi algo do tipo, ou eu que meio que associei a chuva ao turbilhão de idéias, e na verdade ela não teve nada a ver com nada.
Acho que seria legal a gente colocar bandeirinhas (tipo aquelas do campo minado) nos acontecimentos que marcaram nossas vidas (turning points), para depois olhar para as bandeiras e relembrar tudo só vendo as bandeiras. E se você olhar para trás e a última bandeira que você se lembra, estiver muito lá atrás no tempo, se prepare porque provavelmente alguma coisa vem. E se não vier, azar... Se racha ahuahauhau :P
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Acho que as pessoas de São Paulo são muito parecidas com a cidade em si. Tipo a instabilidade do tempo em São Paulo. De dia faz um puta de um calor fedorento e de tarde um frio desgracento e miserável. Muita gente que mora aqui é assim, tipo a gente tá se sentindo de um jeito uma hora, ae dorme e acorda totalmente diferente.
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