- Check my paranoia -

terça-feira, outubro 29, 2002

Quero a tristeza que chove,
em nossos fiapos de vida
que o tempo não devolve.
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Espontâneo

Estava com saudades de me sentir mal. Fazia um tempo. Foi um processo gradual... acho.
À medida que a vida ficou muito corrida, cheia de coisas, para lá e para cá, acho que ela foi ficando ao mesmo tempo um pouco vazia, e esse sentimento veio me preenchendo, preenchendo até que saiu.
Eu curto estar triste assim. Uma tristeza que se arrasta, que eu não consigo exprimir. São momentos raros, assim como não se pode fingir felicidade (será?), não se pode fingir tristeza, e fazia tempo que eu não me sentia verdadeiramente triste... and I must say it feels good!
Sabe quando se está muito tempo em um clima quente e agradável, e sente-se aquela vontade de sentir aquele friozinho congelante que pega a espinha? Eu queria sentir frio e ainda não sabia, e mesmo se soubesse, não tinha tempo, com a vida tão corrida, tudo tão meaningless...
Quando o frio chegou ontem, quis guardar comigo um pouco dessa tristeza em estado puro, queria aproveitá-la antes que ela se fosse, queria poder curtir minha melancolia em paz e sossegado, mas logo hoje, quando acordei para ir para o trabalho, a tristeza já tinha me largado e tinha dado lugar a um sentimento meio nulo, meio apático, tipo final de chuva. Não estava em boas condições físicas, tinha acordado no meio da noite e não tinha conseguido mais dormir por um bom tempo, por isso me levantei em um estado meio zumbi, e talvez isso tenha afugentado a tristeza. Procurei, cavei dentro de mim, tentei olhar para ver o que tinha acontecido, mas a tristeza já tinha realmente ido, e em seu lugar havia um monte de bilhetes e notas.
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E as coisas ainda não parecem certas. Alguns encantamentos são mais fortes do que todas as distrações, ou toda a força de vontade do mundo... Aprenda............ na marra...
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A tristeza passou como um trem... Será que comprei minha passagem de volta?
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“Você está vendo aquele relógio? Cada vez que ele marca mais um, mais um, mais um, na verdade, ele está te dizendo: menos um, menos um, menos um” Mário Peixoto