- Check my paranoia -

segunda-feira, outubro 28, 2002

Mais um post da série de contos que surgem do nada.
Sentei agora e escrevi.
Essa é a primeira versão dele, é o rascunho do conto, o "story board" dele, por assim dizer.
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A Lenda do Silêncio

Há algum tempo atrás, em um lugar não muito distante, se encontraram três senhores iluminados e aparentemente bastante distintos: um era japonês, o outro era italiano e o terceiro era alemão. Esses três, apesar de suas origens e aspectos distintos, apresentavam muitos traços em comum, e por isso ficaram conhecidos como a “Tríplice Aliança” (e posteriormente foram chamados de “Eixo”). A estória que venho apresentar aos senhores hoje, se passa um pouco antes dessa aliança, e é conhecida como a “Lenda do Silêncio”. Acredita-se que os acontecimentos narrados aqui tenham dado início a vários conflitos, e que suas conseqüências perduram até hoje.
Deixando de lado as conseqüências e voltando aos fatos, estavam os três reunidos em um bar, quando um deles, diante dos terríveis fatos que estavam acontecendo, disse: “Façamos um minuto de silêncio.” Os outros dois, apesar de um pouco surpresos, refletiram um pouco e concordaram com o pedido. E assim que os três iniciaram o “Minuto de Silêncio” um fato extraordinário aconteceu, uma onda de quietude e silêncio encobriu tudo que estava em volta dos três. Os três olharam em volta e não ouviam nada, o bar onde eles estavam calou-se. Saíram então na rua e, surpresos, perceberam que as pessoas lá fora, os pássaros, o vento, os carros, tudo tinha parado de fazer barulho como se todos concordassem com aquele “Um Minuto”. Ficaram radiantes, contentes de verdade, emocionados como crianças, e saíram pulando (em silêncio é claro) até que o “Um Minuto” passou e o mundo voltou a seu barulho natural.
Os três então se olharam maravilhados e saíram cantando, até que um deles, o mais quieto, que ainda estava intrigado com o fenômeno e parecia procurar uma explicação para ele, disse:
“É..., acho que ás vezes, o verdadeiro silêncio está em nossos ouvidos, e não em nossa boca.”
E os três se calaram novamente.
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