- Check my paranoia -

quarta-feira, setembro 11, 2002

Para todas as ocasiões
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Parei por acaso, quando estava escovando os dentes, no programa do João Gordo, "Gordo a go go" e ele estava entrevistando o Pasquale, aquele professor de português que fez propaganda para o Mc Donald's. O Pasquale falou que há várias maneiras corretas de se falar ou escrever, e que tudo depende do contexto, como quando escolhemos uma roupa para vestir, temos de utilizar a linguagem certa para cada ocasião ("não se vai para o tribunal de bermuda, ou para a praia de terno").
Ele disse que, então, tínhamos de ser "poliglotas em uma mesma língua", deveríamos saber adaptar nossa linguagem para cada ocasião. E que a linguagem popular não é errada quando usada nos momentos adequados. Ou seja, não é errado falar: "onde bai? onde bai?" desde que não seja para falar com, por exemplo, seu chefe. Não aconselharia também ninguém chegar para o professor e falar: "Ow você é o pepa de dar essa nota para mim? Cê tá causando hein, que zica..."
Bem, essa mesma idéia de uma roupa para cada ocasião pode ser estendida para quase tudo. Por exemplo, com relação à música, há ocasiões e ocasiões para se ouvir um determinado tipo de música, por mais que você seja fã de um estilo de música, vão haver vezes que você não terá vontade nenhuma de ouvir músicas desse tipo.
Temos de entender a arte de combinar nosso humor com as músicas certas, temos de aprender a escolher a música para nosso estado de espírito. Às vezes eu fico com muita vontade de ouvir umas músicas mais violentas do tipo "Down with the sickness" do Disturbed, mas há momentos, como agora, em que eu só quero ouvir uma música mais calminha, do tipo "Across the universe" na versão da Fiona Apple... Sei lá a música que as pessoas preferem ouvir depende muuuuito muuuuuito do humor delas no momento, da ocasião. Ninguém quer ouvir só pauleira ou só baladinha...
Mas a melhor aplicação da "metáfora do guarda-roupas" :P é quando nos referimos às pessoas em geral. As pessoas N-U-N-C-A são realmente o que elas são. Apesar dessa frase parecer muito pipa, depois que eu explicar talbeiz ela faça mais sentido. Ninguém é como é, simplesmente porque somos todos contradições ambulantes, paradoxos vivos, dependendo da ocasião somos ás vezes o oposto do que éramos. Não há como sermos quem realmente somos se dependendo da ocasião somos, agimos de maneiras completamente diferentes porque afinal sentimos coisas totalmente opostas a cada momento. Não podemos ser racionais, materialistas, imediatistas o tempo todo, ás vezes tempos de ser emocionais, espirituais ou precavidos, e vice-versa, tudo isso depende da ocasião, depende do momento. Acho que temos de tentar levar a vida cotidiana, em nossos relacionamentos comuns com as pessoas, o mais "UP" possível, encarando tudo com bom humor, sempre tentando dar risada de tudo, aproveitando o máximo a la "carpe diem", mas devemos também reservar para nós mesmos aqueles momentos mais sérios, mais introspectivos que revelamos apenas para as pessoas mais próximas. Assim nos tornamos pessoas mais faceis de se conviver, e ainda mantemos uma essência por trás de tudo, sem nos tornarmos superficiais e vazios. Além do espírito "balada balada balada!" temos de ter espaço para guardamos nossa verdadeira beleza escondida do mundo. E se realmente tivermos interesse de ir atrás, ee se as pessoas permitissem, perceberíamos que todas as pessoas são bem mais interessantes do que aparentam, basta entrar um pouco no mundinho de cada uma para vislumbrar um universo totalmente diferente do que se esperaria. E as pessoas não aparentam ser tão diferente porque elas são falsas, mas simplesmente porque elas realmente são diferentes no convívio cotidiano... ou seja, na verdade então elas estão sendo o mais autêntico possível.
O díficil é conseguir perceber essas difereças, conseguir penetrar na máscara de convivência de uma pessoa para enxergar como ela realmente é.
E eu adoro isso. Essa beleza escondida das pessoas.
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E fazendo uma relação bem tosca com "card-games" (estou cada vez mais viciado no card-game do "Senhor dos Anéis" dammit!) acho que existem pessoas comuns, incomuns e raras assim como no jogo há esses tipos de carta.
Bem, ao contrário do jogo, as pessoas não estão marcadas com uma estampa: "Rara", "Incomum" ou "Comum"..., na verdade, ás vezes o próprio jogo é descobrir o que elas são. Há pessoas muito singulares perdidas nesse mundo, muito raras, pessoas com que você se encanta, às vezes sem nem bem saber porquê, mas simplesmente porque sim... Embora a raridade da pessoa nada tenha a ver com a preciosidade dela (assim como no jogo, há muitas cartas comuns que são animais e muitas cartas raras que são uma b....) há algo de especial nas pessoas raras, assim como uma "Arwen" rara ou um "Legolas" raro há algo de diferente nessas pessoas. Algo que só poderia ser descrito como...
Pepa?