- Check my paranoia -

terça-feira, abril 08, 2003

Mixed

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Hoje estávamos indo almoçar na Poli quando tentávamos lembrar como era uma música. Um lembrava um pedaço, o outro ia lembrando até que todos começaram a cantar juntos.
Vê se não seria bem louco se tipo a gente começasse a cantar, e aí o pessoal em volta começasse a dançar e de repente tudo virasse um grande musical ahuahuahauhauhahuahauha
Já pensou se vivessemos em um musical, você tá falando com alguém e de repente essa pessoa começa a cantar, e todo mundo em volta começa a cantar e dançar ahahahahhahahahahahahhahahah

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Ae fui pegar um Cornetto depois do almoço e quando tirei a embalagem dele, havia outra embalagem por dentro!!!! Que estranho, devia ser o frio, tipo o Cornetto tava com duas blusas...

ixiii... bugou.. ahahahhahahahha

Então pensamos em ligar para a Kibon reclamando do fato:
- Oi, estou ligando porque comprei um Cornetto e ele veio com duas embalagens.
- Ok, e daí?
- É... bem.... hum... e também encontrei dentro dele... um.. um... err.. OLHO humano!!
- O QUE??? O senhor comeu o sorvete?? Está tudo bem???
- Ah tá sussa... Só liguei para perguntar onde vocês conseguiram esse olho. Queria até deixar como sugestão de um novo sabor e talz.

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Você alguma vez se surpreendeu tanto com algo que ficou sem ações, palavras ou algo do tipo? Tipo algo que você não esperava e de repente você se sente tão perdido que não sabe o que sente, ou o que fazer, ou o que você gostaria de fazer?
Se sentiu desorientado, desarmado, sem ações só reações?

E aí você fica pensando se você que entende as coisas de forma errada, ou não.

É ruim né.

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Consegui a cópia do discurso de orador da química do Rodriguinho, ou HCN, ou Piridiiiiiiiiiiina hauahuahuahu É com grande orgulho que apresento na íntegra, e apesar dele falar de coisas bem específicas do curso de Química, boa parte dele serve para a vida de todo mundo:

"DISCURSO DE ORADOR

Queridos amigos,
há alguns meses, quando a formatura deixou de ser uma idéia tão distante, uma questão invadiu a minha mente: afinal de contas, o que eu aprendi na faculdade? Como vocês podem ver, a questão ainda persiste, e além do mais acredito que ela não é só minha. Assim, num gesto de extrema paciência, decidi contar o número aproximado de matérias que cursamos na faculdade. 50! Haja paciência para cursar tanta matéria... E talvez por isso, não há como negar: dessas 50, em 30 estávamos dormindo, 10 não entendemos, 10 esquecemos.
Frente a essas revelações aterradoras, imagino que os pais já estão pensando: “ora, então o que esse pessoal andou fazendo nesses quatro anos de faculdade”? Os professores, por sua vez, já estão combinando: “vamos pegar esse cara na saída”. Porém, posso assegurar que as minhas palavras são não uma crítica, mas um elogio. Digo isso porque as disciplinas que esquecemos, esquecemos porque os professores nos ensinaram a deduzi-las ao invés de simplesmente recitá-las, o que me lembra uma frase que ouvi durante o curso e que até hoje ecoa em minha mente: “aprender é esquecer”. As aulas que não entendemos foram um pretexto para que os mesmos professores nos atendessem pessoalmente, e que pudéssemos conversar sobre vários assuntos, inclusive Química. Já as aulas em que dormimos, essas foram as mais importantes. São a prova viva de que ficamos estudando até tarde com um colega, ou que simplesmente freqüentamos as festas da USP na madrugada anterior, e aprendemos a disciplina do convívio humano, a famosa QFL 171.
Além do mais, aprender é muito relativo, e a questão de ter ou não aprendido algo nos remete a outra pergunta: e agora, o que fazemos com isso? Em outras palavras, como usar aquilo que aprendemos durante a faculdade nas próximas fases da vida? Depois de termos aprendido detalhadamente a melhor forma de fazer um relatório, a maneira mais adequada de conduzir uma pesquisa, como resolver problemas e o mais eficaz modo de ensinar (para aqueles que cursaram Licenciatura), eu me dirijo a vocês, meus colegas, e digo: agora que são formados, façam tudo isso exatamente... como lhes der na telha! Inovem! Como disse um amigo: “vai errar”! Não é à toa que a palavra “errar” tem dois significados: pode ser tanto o contrário de “acertar”, como também “andar sem destino”, duas coisas que estão firmemente relacionadas. E todos vocês bem sabem que o erro da vida é muito maior que o famigerado erro de 3:1000 do laboratório de quanti, ou seja, viver como Químico, ou, antes disso, como ser humano, é infinitamente mais difícil do que titular Biotônico Fontoura. Felizmente viver ainda é um pouco mais empolgante que isso. De qualquer forma, não devemos nos sentir desanimados pela dificuldade da vida, precisamos ser dedicados e persistentes, como no laboratório de Orgânica Experimental, onde passávamos horas executando diversas reações para descobrirmos depois da cromatografia que havíamos conseguido a proeza de “sintetizar” somente etanol e clorofórmio. Assim é a imprevisibilidade da vida. Ora, quem aqui já não caiu no pico da Gaussiana no laboratório de quanti justo no dia em que uma mosca havia caído dentro da sua solução?


Portanto, depois desses pensamentos, a resposta para a pergunta que coloquei no início quase que surge naturalmente. Os professores, que hão de me perdoar pelas estatísticas obviamente forjadas sobre alunos que dormem em aulas, também hão de concordar que o ensino numa universidade como a USP ultrapassa os limites das páginas dos livros, de modo que a Química foi desde o início apenas um pretexto para que aprendêssemos algo mais importante e essencial, que se esconde por trás do conhecimento. Assim, o ato de aprender escapa pela tangente daquilo que imaginamos ser uma mera transmissão de conteúdos, e nós certamente aprendemos coisas que não estavam no currículo disciplinar. Só nós tivemos a coragem de cursar Cálculo em inglês, espanhol e russo, e muitas vezes eu cheguei a me perguntar se estava cursando Cálculo na USP ou no CCAA. Mas não faz mal...Hoje olho para os lados, e percebo que aqueles colegas que junto comigo viveram os “anos de irresponsabilidade” da faculdade hoje ocupam cargos promissores em empresas, ou têm sob sua responsabilidade salas de aula inteiras, ou têm sob as suas mãos o peso e o prestígio da pesquisa científica, ou ainda querem simplesmente largar tudo e fazer algo diferente...
Assim, depois de diversos momentos de aflição e felicidade, depois dos EPs que não rodavam, das adições nucleofílicas que não davam certo, da primeira vez que nossa titulação caiu no pico da gaussiana e do suado 5,0 em eletroquímica (ou talvez nem isso), dirijo-me a vocês, humildemente grato por terem me escolhido como seu orador, esperançoso de ter dado voz aos seus sentimentos, e digo a única palavra apropriada para definir o momento de agora: ufa... Obrigado."