-~-~-> Segunda
O Trem da vida parte. Finalmente. Após uma longa parada em uma estação, a locomotiva começa a se movimentar.
O Trem apita e me faz pensar nas estações que ficaram para trás as quais dificilmente voltarei a visitar...
A saudade me encobre.
Fria e seca.
O ambiente ainda está carregado de uma neblina forte, densa, que encobre e entristece o dia. A neblina perdurara o dia inteiro, e ainda permanecia rondando tudo, atrapalhando a visão, salpicando o dia com um aspecto frio.
Bastante frio.
Frio e seco.
Mas o fim da tarde vem chegando. O sol está se pondo. A noite começa timidamente a ganhar contornos fortes.
Uma brisa começa a se agita e com isso a neblina vai se dispersando, a visibilidade vai aumentando à medida que a luz vai se esgotando...
Anoitece.
A noite cai rapidamente, violenta. As trevas substituem o dia com uma rapidez brusca e mecânica.
O Trem vai percorrendo a estrada, farol aceso, passada constante enquanto lá fora o mundo é um intenso breu.
Acordo um pouco, olho pela janela e não vejo nada, só um intenso escuro... A neblina pode não estar mais lá fora, mas continua aqui dentro de mim, embaçando minha visão.
Aos poucos, alguns pontos começam a brilhar lá fora, alguns poucos vaga-lumes distraídos... Apesar de serem poucos, naquele breu, a luz que eles emitem é até mesmo demasiada... Poderiam ser apenas alguns pontos, mas pareciam milhares e milhares, pareciam realizar uma dança de pisca-piscas voadores.
A noite parecia se tornar clara como o dia.
Fico um tempo observando-os e aos poucos aquele sentimento da neblina vai passando, vou me deixando iluminar por aqueles vaga-lumes.
O Trem apita.
Os vaga-lumes piscam.
Eu apoio minha cabeça no encosto e me deixo levar.
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